Prevalências de excesso de peso e obesidade infantil diminuem em Portugal

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O COSI Portugal está integrado no sistema europeu de vigilância nutricional infantil, no qual participam 40 países da região europeia da Organização Mundial da Saúde, e constitui o estudo, por excelência, que providencia dados de prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade de crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos.
É coordenado cientificamente pelo Instituto Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Alimentação e Nutrição,  em articulação com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), conta com a colaboração, a nível regional, de todas as Administrações Regionais de Saúde e ainda com as Direcções Regionais de Saúde dos Açores e da Madeira.

Portugal tem vindo a mostrar uma tendência invertida nas prevalências de excesso de peso e obesidade infantil, de acordo com dados do COSI Portugal 2016 (Childhood Obesity Surveillance Initiative – Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil, consulte na integra aqui), verificando-se, entre 2008 e 2016, uma redução de 7,2 % e 3,6 %, respectivamente.

Outro  resultado importante  do COSI Portugal 2016 mostra que, no período entre 2008 e 2016, todas as regiões portuguesas tiveram um decréscimo na prevalência de excesso de peso, incluindo obesidade, tendo o decréscimo sido mais acentuado nas regiões dos Açores (-15,6 %), de Lisboa e Vale do Tejo (-9,0 %) e do Centro (-8,1 %).

No estudo foram utilizados instrumentos de avaliação compreendendo variáveis relativas à família e ao ambiente escolar. Por exemplo, em relação à actividade física e comportamentos sedentários, verificaram-se melhores indicadores entre os dois períodos, sendo poucas as crianças (1,7 %) que reportaram nunca praticar actividade física, comparativamente com 2008 (19,7 %). A prática de actividade física de 3 ou mais horas ao fim de semana foi igualmente superior em 2016 (66,3 %), por comparação com 2008 (50,8 %).

Contrariamente a estes resultados, aumentou o número de crianças que se deslocavam de automóvel para a escola em 2016 (76, 6 %) comparativamente a 2008 (57,2 %). As actividades sedentárias foram também reportadas em maior proporção em 2016 do que em 2008, principalmente no uso de computador para jogos electrónicos de 1 a 2 horas por dia, tanto durante a semana (75,5 % vs 12,2 %), como ao fim de semana (54 % vs 36 %).

No que diz respeito ao ambiente escolar, em 2016, os alimentos mais disponibilizados no recinto escolar, além da água (85 %), foram o leite simples e/ou iogurte (74,1 %) e fruta fresca (66,5 %), verificando-se que esta oferta diminui relativamente ao leite simples (2008: 91,8 %), mas aumentou relativamente à fruta escolar (2008: 33,3 %).

Para Fernando de Almeida, presidente do Conselho Directivo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, os dados do COSI Portugal 2016 «sublinham o percurso muito positivo já feito nesta matéria nos últimos dez anos, mas também a necessidade de continuar a investir no conhecimento do estado nutricional da população escolar, na formação e acesso das populações a profissionais de saúde na área da obesidade infantil, na educação alimentar das famílias, na fiscalização da oferta alimentar em meio escolar e na promoção da actividade física, nomeadamente nos percursos diários entre a escola e a casa».
Fonte: https://www.sns.gov.pt/noticias/2017/12/20/cosi-portugal-2016/?utm_term=Portal+SNS++Newsletter+51%2F2017&utm_campaign=Newsletter++Portal+SNS&utm_source=e-goi&utm_medium=email


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